A Missão Não era Fácil. Depois do Grande Sucesso da Nielson Com a Linha Diplomata, Havia Chegado a Hora de Inovar.
Em uma fase de reformulação total – a começar pela própria marca, onde o familiar nome Nielson abria espaço ao “globalizado” Busscar, a encarroçadora de Joinville apresentava no ano de 1990 seus novos ônibus rodoviários.
A apresentação dos rodoviários El Buss e Jum Buss foi um marco no design dos ônibus brasileiros. Enquanto o interior ainda apresentava vários traços do seu antecessor, o Diplomata, inclusive compartilhando algumas peças, o design exterior trouxe novas tendências que vieram influenciar o projeto de praticamente todos os modelos de carrocerias lançados no Brasil durante os anos 1990.
Os faróis dianteiros foram posicionados mais acima e não eram mais uma parte dos para-choques, evitando as frequentes quebras dos vidros das lentes por causa de pedras ou pequenas batidas.
Na linha Jum Buss, o motorista tinha melhor posição para dirigir, ficando mais perto do solo e não mais tão alto quanto no antigo Diplomata 350. O rebaixamento da altura do posto do motorista foi uma tendência durante os anos 1990, até o surgimento dos modelos LD – Low Driver, com o motorista posicionado na cabine abaixo do salão de passageiros. No entanto, para os frotistas mais conservadores, foi mantido até o ano de 1993 o El Buss 360, rodoviário com a mesma altura do Jum Buss 360, mas com o posto de motorista em posição mais elevada e compatível com motorização dianteira.
No segmento de alto padrão, o Jum Buss 380 foi o substituto do emblemático Diplomata 380. Com linhas mais discretas e harmoniosas, era menos imponente que seu antecessor e muitas vezes podia ser confundido com um Jum Buss 360.
CONCORRÊNCIA
Dos anos 1970 até o final dos anos 2000, a concorrência entre Nielson/Busscar e Marcopolo foi bastante acirrada. Com o sucesso das linhas Diplomata e El Buss/Jum Buss, a encarroçadora catarinense levou certa vantagem nos anos 1980 e 1990. Uma prova são os lançamentos de novos modelos sempre antes que a concorrente.
Durante a década de 1970 a linha Diplomata foi referência entre os ônibus rodoviários e pouco foi ameaçada pelo modelo Marcopolo III. No final dos anos 1970, surgiam os modelos série 2.40/2.50/2.60 da família Diplomata, que já indicavam a tendência das linhas da carroceria para a década seguinte.
Em 1983, a Marcopolo apresentou os primeiros modelos da Geração IV, que visava desbancar o campeão de vendas Diplomata. Os modelos Viaggio e Paradiso da quarta geração da Marcopolo traziam faróis no para-choque, tal como o modelo da Nielson, que no ano seguinte (1984) passou por uma nova reformulação que o deixou um pouco mais arredondado (série 310/330/350/380).
Em 1990, com a linha El Buss/Jum Buss, novamente a Busscar se antecipou e trouxe uma nova tendência para o mercado, obrigando a Marcopolo a aposentar sua quarta geração e lançar, em 1992, a geração número cinco (linha GV).
Em meados da década de 1990 houve um equilíbrio de forças. Em 2000 a Marcopolo se antecipou e lançou a sua sexta geração, totalmente reformulada em relação à quinta, que fez grande sucesso e conquistou muitos clientes. Alguns meses depois, já no ano seguinte, era a vez da Busscar apresentar a linha El Buss/Jum Buss/Vissta Buss remodelada.
O equilíbrio de forças chegou ao final com as diversas crises econômicas da Busscar. Apesar de ter um produto ainda competitivo e contar com uma grande carteira de clientes dentro e fora do Brasil, a empresa catarinense viu suas dívidas aumentarem e foi obrigada a fechar as portas após ter sua falência decretada em setembro de 2012.
Fonte : Blog Ônibus Brasil/ Mobceara.com
Fotos : Acervo Tadeu Carnevalli / Nilson Ribeiro
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