quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

AS PRIMEIRAS IMPRESSÕES DOS NOVOS ÔNIBUS DE BLUMENAU.

CURIOSIDADES , IMPROVISO , NOVA EMPRESA E NOVA COR: AS IMPRESSÕES DOS NOVOS ÔNIBUS EM BLUMENAU.


Fonte : Diário Catarinense
Matéria / Texto  : Pedro Machado
Fotos : Lucas Amorim



Os olhares ainda são um pouco desconfiados, mas na maioria das pessoas a expressão de esperança na manhã deste domingo era maior do que as incertezas naturais que uma mudança tão radical pode causar. Uma semana depois do rompimento do contrato de concessão e da determinação de que todos os veículos do antigo Consórcio Siga fossem recolhidos das ruas, ônibus do transporte coletivo voltaram a circular hoje em Blumenau. São pelos menos 57 veículos operando as principais linhas.

A Viação Piracicabana, contratada emergencialmente pela prefeitura para prestar o serviço, ainda corre contra o tempo para admitir mais profissionais e definir uma tabela fixa de linhas e horários para a próxima semana - o que só deve ocorrer no fim do dia. O principal desafio da empresa, no entanto, é outro e bem mais difícil: fazer os usuários superarem o trauma dos recentes problemas do transporte coletivo, que continuam frescos na memória da cidade.



— A garantia que nós temos que o sistema funcione é a experiência dos funcionários. Ainda não é o desejável, mas estes primeiros dias serão de adaptação — reconhece Maurício Queiroz Andrade, diretor jurídico e institucional do Grupo Comporte, que controla a Piracicabana.

Tanto a empresa quanto o poder público têm pedido paciência aos usuários, que pelo menos neste início de operações têm se mostrado dispostos a colaborar. A reportagem do Santa conversou com alguns deles nos terminais da Fonte e do Aterro na manhã deste domingo. E ouviu uma frase em comum da maioria, que resume a expectativa criada em torno do novo sistema: "tomara que dê certo".

Curiosidade, improvisos e nova cor


Neste primeiro dia de funcionamento da Piracicabana - uma chamada operação monitorada, ou uma espécie de evento-teste - as catracas estão liberadas para os passageiros até as 18h. A gratuidade atraiu a alguns terminais curiosos que queriam conferir de perto a novidade.

Os ônibus da Piracicabana que estão em Blumenau vieram da Baixada Santista e de São José dos Campos (SP). Eles têm média de uso de seis anos, mas estavam parados depois que a empresa renovou a frota em cidades destas regiões onde já opera. Nem todos têm assento para cobrador. Nestes casos, o profissional responsável pela cobrança das passagens pagas em dinheiro ficará, em princípio, sentado no primeiro banco após a roleta, explica Queiroz.



Ao contrário dos coletivos do Siga, que eram em sua maioria amarelos ou azuis, os novos ônibus são brancos e já receberam na lataria a pintura da bandeira de Blumenau. A nova cor, porém, ainda está sendo assimilada pelos usuários. Passageiros que aguardavam nos pontos ameaçavam se levantar toda vez que um veículo se aproximava, sem saber ao certo se eram as linhas que esperavam que estavam chegando.

Quem aguardava do lado de fora das estações de pré-embarque na Beira-Rio esticava o braço quando um ônibus passava, mesmo sem ter a certeza de qual itinerário o veículo fazia. De longe ainda é difícil saber para onde os coletivos vão. Na maioria dos casos, os displays superiores, que anunciam as linhas, não estão sendo usados. As rotas são identificadas por um cartaz fixado no painel do ônibus, do lado oposto ao do motorista.

Nos terminais, o movimento de passageiros foi tímido no início da manhã. Fiscais mantinham contato com motoristas para determinar as escalas e as saídas de veículos. O que os usuários mais queriam saber era o horário que os ônibus iriam sair.
As primeiras impressões

Luzidete Ferreira de Oliveira, 53 anos, embarcou na Ponta Aguda pela manhã em direção ao Terminal da Fonte. Ela conta que o ônibus atrasou 10 minutos em relação ao horário previsto. Nada de mais diante da situação na avaliação da técnica em edificações, outra que faz parte do time dos otimistas de plantão. Ela deu nota 7 para a viagem:

- Não é excelente, mas é bom e a gente torce para que funcione.

O motorista Gilmar Silveira, 49 anos, foi escalado para operar a linha Troncal 12, que liga os terminais do Aterro e da Fonte, passando pela Escola Agrícola e pelo Terminal Proeb. Ele aprovou as condições mecânicas do ônibus que dirigiu nesta manhã.

- Tá redondinho, suspensão inteira, não sente bater. Agora começa tudo do zero. A gente tem fé e sabe que no primeiro momento vai ser difícil - conta.



A reportagem fez o trajeto do Troncal 12 a bordo de um dos novos ônibus. Internamente, os veículos seguem praticamente o mesmo padrão de design dos antigos. Em alguns deles, menores, os assentos são um pouco mais apertados. Também há botões e a popular cordinha que avisam quando o motorista deve parar nos pontos para o desembarque dos passageiros.



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