ENTRE OS MODELOS DE CARROCERIA PARA ÔNIBUS MAIS MARCANTES DA SEGUNDA METADE DA DÉCADA , UM DELES SE DESTACA PELO SEU ALCANCE NACIONAL E PELO BOM ACABAMENTO.
O Ciferal Padron Alvorada pouco mudou em sua trajetória de vida, mas seu projeto estrutural permaneceu dando sustentação até o último Ciferal legítimo, o Padron Cidade.
O MOB Ceará, inaugurando a série de matérias sobre carrocerias em 2015, mostra, nesta edição, a curta e emblemática trajetória do Ciferal Padron Alvorada.
Segundo o dicionário Priberam, Alvorada significa "Primeira claridade da manhã, amanhecer". Para a Ciferal, o modelo abordado nesta matéria significou o renascimento das carrocerias para ônibus urbano, que, até então, possuíam herança genética do Ciferal Urbano da década de 1970.
O raiar do sol também simbolizava uma tentativa de superar uma grave crise na encarroçadora, que beirou à falência, mas que ressurgiu e ganhou grande alcance nacional.
As origens do Ciferal Padron Alvorada do fim da década de 1970, com o projeto Padron, que ambicionava padronizar a frota de ônibus nacionais por meio de diversas normas técnicas. Saiba mais sobre o assunto em uma matéria produzida pelo MOB Ceará, clicando neste link.
O Ciferal Padron 05, que tinha chassi Scania BR-116, revelou diversas características que seriam implantadas no Alvorada.
Em 1985, surgiram alguns protótipos Ciferal com as especificações previstas no Projeto Padron. Segundo a lenda da época, os veículos ganharam o nome "Briza" em alusão ao governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, que determinou a estatização da Ciferal, após uma grave crise.
Várias unidades do Ciferal Briza foram para a CTC, empresa municipal do Rio de Janeiro.
Padron Alvorada I
E, em 1986, finalmente saiu a versão definitiva do novo ônibus urbano, que passou a ser denominada Padron Alvorada, mesmo que, em alguns casos, não atendesse às especificações do Projeto Padron.
O modelo definiu a maioria dos traços que acompanhou o modelo até o fim de sua produção.
Em 1987, uma pequena alteração foi feita no Alvorada, que ampliou o para-brisa em alguns centímetros.
Padron Alvorada II
A segunda versão do Padron Alvorada surgiu no ano de 1988 com algumas mudanças em relação a versão anterior, que praticamente se resumiam apenas a detalhes estéticos na dianteira do modelo.
Padron Alvorada III
A terceira e última "geração" do Alvorada apareceu em meados do ano 1990, com mais alguns retoques, mas que ainda mantinham várias das características básicas do Alvorada de 1986.
Confira a seguir, em detalhes, alguns dos itens que fazem a diferença entre os três modelos do Padron Alvorada:
As diferenças
Na frente, as principais diferenças estão na caixa de faróis, que, no caso da primeira versão, possui apenas um farol de cada lado, com um pisca quadrado ao lado do farol. Na segunda versão, os faróis passam a ser duplos, e o pisca passou a invadir a lateral da carroceria. E na terceira, o pisca foi parar em cima dos faróis e tinha formato retangular.
Outra diferença na dianteira é a posição das lâmpadas de sinalização no teto, que fica próximo a característica caixa de itinerário, que mais parece um topete. No primeiro e segundo modelo, elas são iguais, em formato retangular, da mesma altura do painel de destino. Para a terceira versão, a lanterna foi para a lateral e diminuiu bastante seu tamanho, ganhando um toque mais discreto.
Efeito parecido aconteceu na traseira dos Alvoradas. A ampla lanterna do teto na traseira das duas primeiras versões foi substituída por uma discreta lanterna na lateral.
Outras mudanças na traseira estão no conjunto de quatro lanternas em cada lado, que, nas duas primeiras versões tinha as lanternas em formato quadrado, com as pontas levemente arredondadas.
Na terceira versão, as lanternas passaram a ser retangulares, em um tamanho idêntico ao pisca dianteiro.
O Alvorada foi encarroçado em chassis de diversos modelos, como, por exemplo, os Mercedes-Benz OF-1313, OF-1314, OF-1315, OF-1318 e O-371UP, além do Volvo B-58 e Scania F-112, F-113 e K-112.
Trólebus
O Ciferal Padron Amazonas pode ser considerado como o "Alvorada Trólebus" por causa de suas grandes semelhanças estéticas. O modelo surgiu junto com os primeiros protótipos Padron dos anos 1980, e foi bastante utilizado na Companhia Municipal de Transportes Coletivos de São Paulo - CMTC.
O Alvorada em Fortaleza
Em Fortaleza, o Padron Alvorada marcou grande presença entre as empresas. Poucas foram as que não possuíram nenhuma unidade do ônibus Ciferal.
Entre essas empresas, vale destacar a Autoviária São Vicente de Paulo, Viação Fortaleza, Expresso Timbira, Cialtra, Empresa Iracema, CTC, Águia Branca/Siará Grande, Autoviária Freitas e São Francisco.
Na região Metropolitana, O Padron Alvorada esteve presente em empresas como Penha, Santo Antônio, São Benedito e Vitória.
O fim da história do Padron Alvorada aconteceu após o modelo ser substituído pelo Padron Rio, mas seu DNA ainda permaneceu, assim como nos sucessores: O GLS Bus e o Padron Cidade.
Fotos : Mob Ceará / Acervo Ciferal - CTC-RJ / Alexandre Britto / Donald Hudson / Roberto Marinho / Samir Dieb / Sérgio Maciel
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